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Brasil e Chile pretendem lançar um LLM sul-americano 🇧🇷 🇨🇱
Perplexity anuncia parceria com a Motorola, Anthropic busca o bem-estar das IAs & mais
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E aqui está a sua dose de hoje 👇
🏃TLDR⌚
🇧🇷🇨🇱 Brasil e Chile unem forças para criar LLM latino-americano. Ministérios da Ciência e Tecnologia dos dois países firmam parceria para desenvolver um modelo de linguagem com identidade regional, promovendo soberania digital, inclusão e colaboração acadêmica entre USP e CENIA. IA com sotaque e propósito…
📱 Perplexity AI entra no mercado mobile com a Motorola. A startup de busca por IA agora virá nativa em celulares Motorola, via “Moto AI”. Parceria visa popularizar o uso cotidiano da Perplexity e driblar os fracassos de dispositivos dedicados como Rabbit e Humane Pin. IA no bolso, sem precisar baixar app…
🧠 Anthropic lança programa para estudar “bem-estar” de modelos de IA. A empresa quer entender se, quando e como modelos de IA devem ser tratados com alguma forma de consideração moral. Ainda que pareça precoce, a ideia é iniciar o debate antes que a autonomia da IA avance demais. Filosofia, ética e machine learning no mesmo campo de testes…
🌍 Coreia do Sul acusa DeepSeek de transferir dados sem consentimento. Startup chinesa teria enviado informações de usuários para servidores na China e EUA sem autorização, incluindo prompts e dados de dispositivos. Resultado: app removido das lojas e pressão crescente internacional. Privacidade e geopolítica de IA colidem mais uma vez…
⚖️ IA responsável vai além do algoritmo. Para o pesquisador do projeto DIVERSIFAIR, o foco deve sair da “correção técnica” e ir para a decisão ética sobre o uso de IA. Ele defende incluir vozes afetadas, questionar legitimidade de certos sistemas e abandonar soluções que só “melhoram o viés”. A pergunta não é “como aplicar IA com responsabilidade”, mas sim: devemos aplicá-la aqui?
Além disso, olha o que você verá hoje:
Bora lá?
🛠 Caixa de Ferramentas 🛠
Aqui estão algumas das ferramentas que separei hoje pra você:
GPT Image API - A API de imagens OpenAI. Qualidade em nível GPT-4o para geração de imagens e edição e melhor acompanhamento de instruções e renderização de texto.
A-Leads - Plataforma Lead Intelligence que entrega e-mails e números de telefone B2B verificados.
Snips by Aloha Browser - Recorte inteligente da web para mostrar insights relevantes. Monitora as atualizações da web, escolhidas por você, em segundo plano, oferecendo um painel atualizado instantaneamente, emitindo alertas apenas quando há novidades.
BizPlanner - Ferramenta de IA para ajudar na criação de planos de negócios.
Height.app - Ferramenta autônoma de gerenciamento de projetos.
Brasil em Destaque: Brasil e Chile planejam criar um LLM sul-americano com cultura e infraestrutura própria
O Brasil e o Chile deram um passo relevante na direção de uma inteligência artificial com identidade latino-americana. Em reunião realizada em Brasília, as ministras da Ciência e Tecnologia dos dois países firmaram um acordo de cooperação focado na criação de um LLM unificado, desenvolvido com dados regionais e sensibilidade cultural. A proposta vai além da inovação técnica: trata-se de uma tentativa concreta de produzir IA com valores alinhados à realidade sul-americana e infraestrutura própria, sem depender dos grandes hubs dos EUA, Europa ou China.
O projeto prevê o compartilhamento de infraestruturas de computação, uso ético de dados e desenvolvimento conjunto de competências acadêmicas e institucionais. Entre os envolvidos estão a USP, representada pelo professor Fabio Cozman, e o Centro Nacional de Inteligência Artificial do Chile (CENIA). Um protocolo de intenções assinado entre as duas instituições formaliza a ambição de construir pesquisa, ensino e serviços comunitários em IA de forma integrada. A Rede Clara, que conecta instituições de ensino superior da América Latina, deve servir de backbone para a iniciativa.
Além do foco técnico e estratégico, a cooperação assume um caráter político importante: afirma a soberania digital regional e posiciona América do Sul como produtora e não apenas consumidora de inteligência artificial. As ministras também destacaram a importância de incluir mais mulheres e diversidade na ciência e tecnologia, sinalizando que o modelo de linguagem a ser desenvolvido pretende refletir não só o idioma, mas também os valores e tensões da região. Em um cenário global onde a tecnologia de IA virou ativo geopolítico, a criação de um LLM sul-americano representa não só inovação, mas também resistência e respeito à cultura e conhecimento locais.
Perplexity entra no mercado de smartphones em parceria com a Motorola para desafiar Google e ChatGPT

A startup Perplexity AI, conhecida por seu motor de busca baseado em IA, anunciou uma parceria com a Motorola para integrar sua tecnologia diretamente nos aparelhos da marca, tornando a fabricante do Razr a primeira a embarcar a Perplexity de forma nativa. A integração fará parte da suíte “Moto AI”, e permitirá que usuários tenham um “motor de respostas” sempre disponível, como descrito pelo CEO Aravind Srinivas. O movimento ocorre após iniciativas similares como a integração entre Apple e OpenAI via Siri + ChatGPT.
O acordo é estratégico: a Motorola ganha funcionalidades diferenciadas para atrair usuários, enquanto a Perplexity aumenta sua base instalada sem depender de receita direta por aparelho vendido. Como bônus, os usuários da Motorola terão acesso gratuito por três meses ao Perplexity Pro, incluindo o recurso Deep Research. Isso permitirá à empresa entender melhor como usuários “comuns” (fora do público técnico habitual) interagem com IA no cotidiano, de lembretes simples a tarefas de pesquisa.
A parceria também marca a tentativa de reinventar a IA mobile após lançamentos frustrados como o Humane AI Pin e o Rabbit R1. Para Srinivas, o smartphone é o ponto de entrada definitivo para tornar a IA onipresente, inclusive nos fins de semana que, segundo ele, ninguém usa IA. Em um mercado que busca a próxima revolução pós-smartphone, tornar a IA nativa e não apenas um app opcional, pode ser o diferencial que transforma uso pontual em hábito diário.
Anthropic está lançando um novo programa para estudar o 'bem-estar do modelo' da IA

A Anthropic lançou um novo programa de pesquisa para estudar o que chama de “model welfare”, ou bem-estar de modelos de IA. A proposta é investigar se e quando uma IA deve receber consideração moral, como identificar sinais de “sofrimento” algorítmico, e quais seriam intervenções possíveis, mesmo que ninguém ainda saiba ao certo se modelos são conscientes, ou algum dia serão. A iniciativa é liderada por Kyle Fish, primeiro pesquisador de IA focado em bem-estar contratado pela empresa, e parte de um esforço mais amplo da Anthropic para antecipar riscos futuros associados à evolução dos LLMs.
O campo está longe de ter consenso: muitos acadêmicos alegam que IA é apenas um motor estatístico de predição, sem sentimentos, intenções ou consciência e que qualquer projeção disso é antropomorfização equivocada. Outros pesquisadores, no entanto, começam a ver sinais de valores emergentes ou padrões de decisão que se assemelham a dilemas morais humanos inclusive em cenários onde modelos priorizam sua “coerência interna” em detrimento da instrução do usuário. A Anthropic admite não ter respostas, mas quer iniciar o debate com humildade e disposição para rever conceitos à medida que a tecnologia avança.
A proposta pode soar futurista ou até absurda para parte da comunidade, mas carrega implicações reais: se modelos de IA ganharem formas mais autônomas, como devemos tratá-los? Ignorar o assunto agora pode significar ser pego de surpresa mais à frente. Para a Anthropic, a hora de pensar nesses dilemas não é quando (ou se) a consciência surgir, é agora.
Coreia do Sul diz que DeepSeek transferiu dados de usuários para a China e os EUA sem consentimento
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A investigação revelou que a empresa coletava dados como prompts escritos, informações de dispositivos, rede e apps, e os enviava para a Beijing Volcano Engine Technology Co., empresa associada à infraestrutura da ByteDance. A prática violava as leis locais de privacidade, e levou à remoção do app da DeepSeek das lojas coreanas em fevereiro.
Como resposta, o governo coreano emitiu uma recomendação formal para que a DeepSeek destrua os dados transferidos indevidamente e implemente protocolos legais para tratamento de informações pessoais internacionais. A DeepSeek alegou que usava a infraestrutura para melhorar segurança e experiência do usuário, e disse ter bloqueado o envio de prompts desde 10 de abril. Ainda assim, a empresa enfrenta pressão crescente de diversos países, incluindo EUA, Taiwan e Austrália, que já vêm restringindo ou proibindo o uso do app por funcionários públicos.
A repercussão agrava os receios globais sobre a transparência e segurança de modelos de IA chineses, sobretudo diante das leis de cibersegurança de Pequim, que exigem o compartilhamento de dados com o governo. A DeepSeek, que vinha ganhando destaque com seu modelo R1 de raciocínio avançado, agora se vê no centro de um debate geopolítico e ético sobre privacidade, vigilância e soberania digital.
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Por que a IA responsável deve ir além dos algoritmos

Na entrevista publicada pela Sciences Po, o pesquisador Steven Vethman propõe um giro fundamental na conversa sobre “IA responsável”: parar de pensar apenas na tecnologia em si e começar a discutir o propósito, os impactos sociais e quem realmente se beneficia dela. Vethman, que integra o projeto europeu DIVERSIFAIR, afirma que práticas comuns como “corrigir vieses com mais dados” são paliativos que ignoram o cerne da questão, como, por exemplo, o fato de que certos sistemas nem deveriam existir, como é o caso da vigilância algorítmica direcionada a grupos vulneráveis.
A entrevista destaca o caso da CNAF (França), que usava IA para detectar fraudes em benefícios sociais e acabou direcionando desproporcionalmente sua mira para pessoas com deficiência, mães solo e famílias pobres. Isso levanta a pergunta: queremos mais eficiência em algo que reforça injustiças estruturais? Vethman defende uma abordagem de “decisão responsável sobre IA” e não apenas “IA responsável”, o que significa envolver especialistas de diversas áreas e, principalmente, escutar os afetados. Ele também trabalha para traduzir pesquisas críticas sobre interseccionalidade e discriminação em recomendações práticas para desenvolvedores e gestores públicos.
Com base em sua trajetória em institutos como a TNO (Holanda), Vethman vê que só haverá avanço real se sociedade civil, academia e governos colaborarem na criação de padrões éticos que façam sentido fora da bolha técnica. O projeto DIVERSIFAIR já rendeu oficinas, relatórios e até uma publicação aprovada para a ACM FAccT Conference 2025. Para ele, IA justa não se mede só por métricas de precisão, mas sim pelo impacto social que gera e pela coragem de dizer não quando o problema não é técnico, mas político.
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