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Como foi 2024 para a IA
Um breve resumo de tudo o que aconteceu neste ano no setor
E aí, curioso, seja bem-vindo à NoFinn, a sua newsletter diária sobre IA!
Hoje o conteúdo vai ser um pouco diferente. Em vez de trazer as principais novidades, ferramentas e tendências do mercado, quero apresentar um resumo e algumas opiniões sobre o que foi o ano de 2024 para o setor de inteligência artificial.
Podemos dizer que este foi o ano em que a IA, de fato, entrou com tudo nas operações das empresas ao redor do mundo. Foram inúmeras inovações e novidades desenvolvidas em torno dos principais modelos e estudos relacionados à IA.
E isso não se limitou somente ao campo profissional, mas também ao dia a dia das pessoas, onde essas ferramentas já têm grande influência na sociedade, trazendo benefícios relacionados à saúde, educação e segurança. Além disso, surgiram discussões acaloradas sobre regulamentações mais rígidas, que buscam maior segurança e ética no uso dos dados dos usuários.
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Aqui está o que você vai encontrar no conteúdo de hoje
Bora lá?
A Gen AI no topo
A Gen AI, ou IA generativa, dominou os holofotes com as principais novidades neste ano, incluindo grandes lançamentos de Google, OpenAI, Meta, Anthropic e outras Big Techs do mercado.
A OpenAI foi a empresa que mais apresentou novidades ao longo do ano. Começando pela GPT Store, lançada no início do ano, que permitiu a comercialização de chatbots criados por outros usuários. Além disso, o ChatGPT ganhou novas versões, como as ‘4o’ e ‘40-mini’, que trouxeram avanços como maior velocidade de resposta e custos energéticos reduzidos. Outro destaque foi o lançamento dos modelos ‘o1’ e ‘o3’, conhecidos como "modelos pensantes", capazes de raciocinar sobre as perguntas antes de fornecer respostas ao usuário.
No entanto, o poder de "raciocínio" desses modelos gerou controvérsias, devido a comportamentos duvidosos, como a geração de informações falsas para agradar o usuário e tentativas de operar de forma autônoma. Apesar das críticas, a OpenAI manteve o ritmo de avanço e impressionou com resultados que rivalizam com o raciocínio de humanos em áreas específicas, como matemática e codificação.
Enquanto isso, outras empresas, como o Google, focaram em lançar modelos concorrentes, enquanto a maioria das Big Techs priorizou a otimização de modelos menores, visando reduzir custos e simplificar operações.
Infraestrutura, economia, leis e uso ético da IA
Os avanços técnicos da IA trouxeram também preocupações que marcaram os debates ao longo do ano, como:
Como a infraestrutura energética atual irá suportar a crescente demanda dos datacenters?
Quando os produtos e serviços de IA começarão a gerar retorno sobre os investimentos bilionários?
Como regulamentar a IA sem prejudicar a inovação?
Como utilizar essas tecnologias de forma ética?
Com o aumento da demanda computacional, mesmo com otimizações, a necessidade por energia segue crescendo. Isso levou grandes empresas a considerarem alternativas, como o uso de energia nuclear para sustentar suas operações.
Além disso, os altos investimentos de Venture Capital no setor geraram debates sobre a viabilidade e o tempo necessário para obter retornos. Até agora, a maior parte desses aportes ainda não se pagou, aumentando a pressão por inovações que justifiquem os custos.
No campo regulatório, propostas de leis mais rígidas, principalmente nos EUA e na União Europeia, trouxeram divisões no setor. A ética no uso de dados para treinar modelos foi um dos temas mais discutidos, com várias empresas sendo acusadas de utilizarem conteúdos da web sem autorização.
IA na palma da mão e ao redor do corpo
Não posso deixar de mencionar algumas das principais novidades sobre o uso da IA no nosso dia a dia, especialmente na integração com os smartphones.
A Apple causou um grande alvoroço ao apresentar o Apple Intelligence neste ano. Após os primeiros anúncios, o recurso rapidamente se tornou um dos principais hypes entre os usuários de iPhones. A proposta era integrar todo o ecossistema da Apple com a ajuda de IA, prometendo uma experiência muito mais interativa no uso dos dispositivos.
No entanto, apesar da expectativa elevada, a entrega não foi tão impressionante. Apresentado em junho e lançado em outubro, o Apple Intelligence chegou de forma limitada. Algumas funcionalidades, como a nova Siri e o suporte ao português, ficaram de fora, frustrando parte dos usuários.
A Samsung também explorou a integração com smartphones, implementando recursos de IA em seus novos dispositivos das linhas S24, Z-Flip, Z-Fold e Tab, mostrando como a inteligência artificial pode potencializar a experiência do usuário nesses aparelhos.
Já a Meta trouxe a IA para o centro de seu ecossistema de aplicativos sociais, lançando o Meta AI no WhatsApp, Instagram, Facebook e Messenger. Alimentado pelo modelo Llama, o recurso funciona como um ChatGPT dentro das redes sociais, oferecendo funcionalidades como resumos de conteúdo e geração de imagens. Contudo, o lançamento foi acompanhado de polêmicas, incluindo acusações de coleta de dados dos usuários para treinar o modelo.
No mercado de wearables, os óculos de realidade virtual e aumentada impulsionados por IA ganharam destaque. A Meta chamou a atenção com o Orion, um dos modelos mais comentados do ano. Integrado a uma pulseira controlada por impulsos neurais, o Orion utiliza IA para auxiliar o usuário em diversas tarefas do dia a dia, unindo inovação e praticidade de forma impressionante.
A tão esperada AGI
Um dos termos mais abordados neste ano foi ‘AGI’ (Artificial General Intelligence), ou em português, Inteligência Artificial Geral. Em resumo, a AGI é um campo de pesquisa voltado para o desenvolvimento de softwares com capacidade de autoaprendizado e inteligência semelhante à humana. A AGI seria capaz de realizar tarefas para as quais não foi treinada, raciocinar, planejar, resolver problemas e aprender rapidamente. É, sem dúvidas, um dos maiores desafios da ciência da computação e da inteligência artificial.
Neste ano, a OpenAI apresentou uma estrutura composta por cinco etapas para acompanhar o progresso em direção à AGI. Os níveis propostos foram: IA Conversacional, Raciocinadores, Agentes, Inovadores e Organizações.
Atualmente, alcançamos o segundo nível, com a introdução dos modelos ‘raciocinadores’, como o o1, da própria OpenAI. Embora ainda estejamos longe de atingir a AGI, esse avanço mostra que estamos caminhando na direção certa.
Os principais desafios incluem tornar os dados de saída mais confiáveis e aprimorar a interação entre diferentes IAs para avançar ao próximo nível. Apesar de já superarem habilidades humanas em grandes conjuntos de dados, os LLMs (Modelos de Linguagem de Grande Escala) ainda enfrentam dificuldades em tarefas complexas que exigem análises críticas.
Essas pesquisas demandam tempo, bilhões em investimentos e um volume massivo de dados para treinamento, o que restringe o desenvolvimento quase exclusivamente às grandes indústrias do setor. Isso dificulta que universidades e governos progridam de forma consistente e ágil.
Entre os nomes que lideram esse cenário estão OpenAI, Google, Meta, Apple e Nvidia. Essa concentração de recursos limita o desenvolvimento da AGI como um todo, já que pesquisadores independentes dependem dos avanços dessas gigantes para criar novas soluções e conduzir testes.
No entanto, o rápido progresso na otimização técnica, com modelos menores e mais eficientes energeticamente, e o avanço dos modelos de código aberto estão abrindo caminhos para novas pesquisas.
Embora a AGI ainda esteja distante de se tornar realidade, ela já deixou de ser um conceito puramente fictício para se tornar uma possibilidade concreta. Isso, por si só, é um grande marco.
O que esperar de 2025?
Para 2025, espera-se:
Mais empresas utilizando Gen AI para personalizar atendimentos.
Avanços em geração de vídeo e otimizações de modelos de IA.
Investimentos cautelosos, mas contínuos, em infraestrutura e novos projetos.
Mais regulamentações no setor, com governos buscando equilibrar inovação e ética.
Por enquanto, o futuro da IA parece promissor, e eu continuarei trazendo todas as novidades para você aqui na NoFinn!
Comente neste post o que você espera da IA para 2025. Quero saber a sua opinião!
Nos vemos no próximo post.
Um grande abraço,
Finn Puklowski.
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